terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ministério lança nova recomendação para coquetel contra HIV


A prevenção à transmissão do vírus HIV acaba de receber uma nova orientação do Ministério da Saúde, nos casos de exposição por meio de relação sexual. Profissionais da rede pública de saúde de todo o país receberão um suplemento que inclui recomendações para abordagem da exposição sexual ao HIV. De acordo com a cartilha, eles poderão indicar uma terapia antirretroviral — ou seja, um coquetel de prevenção ao vírus — para pessoas que temem ter contraído HIV após a exposição sexual. Para conseguir o tratamento, no entanto, serão avaliados critérios como o tipo da relação e se o parceiro foi uma pessoa que tem o HIV ou se integra os chamados grupos de alta prevalência do vírus (veja o quadro ao lado). Até então, a prescrição de remédios que integram coquetéis de tratamento como uma forma de prevenção só era recomendada para os casos de violência sexual e para os profissionais de saúde contaminados em acidente de trabalho.

O suplemento Tratamento e prevenção, lançado ontem, faz parte das Recomendações para Terapia Antirretroviral em Adultos Infectados pelo HIV — 2008. Segundo o Ministério da Saúde, o suplemento será enviado ainda este mês para as secretarias estaduais e municipais e para os 737 Serviços de Atendimento Especializados (Saes) em HIV/Aids espalhados pelo país. Os profissionais ainda deverão receber capacitação para a utilização das novas recomendações. Isso porque, segundo o departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, as novas instruções não deverão se sobrepor à principal orientação para a prevenção da transmissão: a proteção por meio de barreira. “Nós estamos indicando novas recomendações, mas a melhor forma de evitar a infecção sempre será o uso de camisinhas masculinas e femininas. Além disso, nem todos poderão ter acesso ao medicamento. Não basta fazer sexo sem camisinha para ter acesso à quimioprofilaxia (prevenção pelo uso de medicamentos)”, afirma o assessor técnico do departamento, Ronaldo Hallal.

O suplemento indica que a medicação deverá ser recomendada , por exemplo, nos casos em que a pessoa exposta teve uma penetração anal por um parceiro soropositivo. A indicação varia de acordo com a exposição sexual e a situação do parceiro. Em casos em que o parceiro pertença à população de gays ou de homens que fazem sexo com homens (HSH), da qual 10,5% é diagnosticada com HIV; de usuários de drogas injetáveis (5,9% da população com vírus) ou de profissionais do sexo (5% da população com vírus), a indicação da medicação deverá ser recomendada ou, pelo menos considerada — o que significa que o paciente deve ser mantido em observação por meio de exames.

Para o coordenador do Núcleo de Controle de Aids da Secretaria de Saúde do DF, Ricardo Azevedo, as orientações devem ser mais bem esclarecidas: “Tínhamos a orientação de que, para essas pessoas receberem o medicamento, deveriam ter um relacionamento estável. O profissional deve saber exatamente como lidar, para não corrermos o risco de que as pessoas deixem de fazer o uso de preservativo por ter acesso à prevenção pelo medicamento”. O coordenador afirmou que os profissionais dos nove centros especializados do DF deverão contar com uma capacitação ainda este ano.

Será prescrita, para esses pacientes, uma combinação dos medicamentos zidovudina (AZT), lamivudina (3TC) e tenofovir (TDF). Para ter efeito de prevenção, os medicamentos devem ser tomados, idealmente, nas primeiras duas horas após a relação sexual e no máximo após 72 horas da exposição. Diferentemente do tratamento de longa duração, o preventivo é realizado no período de 28 dias.

O sonho de ter filhos

A nova cartilha do Ministério da Saúde inclui ainda um capítulo que aborda estratégias de redução de risco de transmissão sexual do HIV no planejamento da reprodução para pessoas que vivem e convivem com HIV/Aids. A orientação foi fornecida porque, em pesquisa realizada pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério entre agosto de 2008 e agosto de 2009, foi constatado que o desejo reprodutivo do casal não era abordado de forma sistemática pelas equipes de saúde. No entanto, o ministério aponta que 80% das pessoas com Aids se encontram na faixa etária reprodutiva e que as atuais tecnologias disponíveis e recomendadas no Brasil são capazes de reduzir o risco de transmissão vertical (de mãe para filho) para menos de 1%.

“A mulher deve ter o direito de escolha reprodutiva. O Brasil já conta tanto com métodos de reprodução assistida quanto de métodos naturais de reprodução que são eficientes para os portadores do vírus HIV”, afirma a assessora do departamento do Ministério da Saúde, Andrea Rossi. A cartilha da pasta aborda as melhores técnicas para a reprodução do casal. No caso de o homem ser soropositivo, um dos melhores métodos seria a inseminação intrauterina. Já se a mulher for soropositiva, uma das indicações mais adequadas seria a autoinseminação (introdução do sêmen por meio de uma seringa). No caso de ambos no casal serem soropositivos, recomendam-se técnicas de reprodução assistida.

A Secretaria de Saúde de São Paulo é pioneira em uma experiência em curso, atualmente. No Centro de Referência e Treinamento em DST e Aids da secretaria, 40 casais foram atendidos desde abril e 17 já foram selecionados para o procedimento de inseminação artificial.

Fonte: Pernambuco.com

Continue lendo >>

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Gene defeituoso pode ser a causa da enxaqueca, diz estudo


Segundo o estudo publicado na revista Nature Medicine, o mau funcionamento de um gene conhecido como Tresk faz com que fatores do ambiente ativem áreas do cérebro que controlam a dor, causando a enxaqueca.

A equipe responsável pela pesquisa, formada por especialistas de diferentes países, utilizou amostras de DNA de pessoas que sofrem da doença e de seus familiares.

Segundo o pesquisador da Universidade de Oxford Zameel Cader, que participou do estudo, o gene Tresk estava inativo nos pacientes, o que causava a enxaqueca. "O que nós queremos é encontrar um remédio que ative o gene", disse Cader à BBC.

"Estudos anteriores haviam identificado partes do nosso DNA que aumentam o risco na população em geral, mas eles não haviam encontrado genes que pudessem ser diretamente responsáveis pela enxaqueca", afirmou Cader.

"O que nós descobrimos é que a enxaqueca parece depender do quão estimuláveis são os neurônios em partes específicas do cérebro".

Estima-se que uma em cada cinco pessoas sofra de enxaqueca. Em vários casos, a dor de cabeça vem acompanhada de náusea e de sensibilidade à luz. Em outros, ela é precedida por um distúrbio sensorial conhecido como aura, identificado pela percepção de uma luz ou de um cheiro estranho.

"(A descoberta) abre avenidas para se planejar novas pesquisas que poderão, então, levar a novos tratamentos, mas certamente este será um longo caminho", diz o médico Aarno Palotie, do Wellcome Trust Sanger Institute.

Fonte: BBC Brasil

Continue lendo >>

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Grandes doses de vitamina B podem atrasar ou deter o Alzheimer, diz estudo


Dose maciças de vitamina B podem atrasar e inclusive deter o Alzheimer em pessoas idosas, segundo estudo publicado na revista científica online "Public Library of Science One".

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, com colaboração de cientistas noruegueses, descobriu que caso sejam tomadas grandes doses de vitaminas B diariamente, a redução do tamanho do cérebro que acontece com a idade é atrasada.

Em teste que durou dois anos e contou com a participação de 168 idosos, foi constatada uma redução de até 50% no ritmo de atrofia do cérebro, e uma média de 30%.

Aproximadamente 14 milhões de europeus e cinco milhões de americanos têm problemas de memória e outras funções mentais, conhecidas como Deterioração Cognitiva Ligeira, que podem evoluir para Alzheimer.

Entretanto, os pesquisadores mostram prudência, e dizem que é prematuro recomendar a ingestão desse tipo de suplementos vitamínicos aos anciãos antes de realizar novos estudos e pesar riscos e benefícios.

Nos testes médicos efetuados, foram utilizadas doses 300 vezes superiores à ingestão recomendada da vitamina B12 e quatro vezes os níveis recomendados de ácido fólico.

Isso significa que a vitamina foi usada como um fármaco, e não como um suplemento vitamínico, o que requer testes para saber se há riscos associados.

A vitamina B é encontrada de forma natural na carne e cereais integrais, e contribui para crescimento e divisão das células, além de fortalecer o sistema imunológico e manter pele e a estrutura óssea saudáveis.

Os pesquisadores administraram doses diárias da vitaminas B12, B6 e B9 (ácido fólico) a um grupo de 84 pessoas enquanto outro grupo recebeu um placebo.

Depois de dois anos, os dados apontados demonstraram que os cérebros dos tinham tomado as vitaminas tinham reduzido menos - apenas 0,76% ao ano - que os do placebo (1,08% por ano), o que representa uma diferença de 31%.

No caso dos idosos que melhor responderam ao tratamento, o ritmo de redução do cérebro diminuiu 53%.

Os pesquisadores acreditam que as vitaminas B diminuíram a atrofia cerebral, reduzindo os níveis de um aminoácido presente no sangue, conhecido por homocisteína.

As pessoas que tinham os níveis mais altos de homocisteína no sangue foram as que mais se beneficiaram.

Segundo o professor David Smith, do Departamento de Farmacologia da Universidade de Oxford, um dos responsáveis pela pesquisa, "os resultados são espetaculares".

"Esperamos que este tratamento simples e seguro atrase o desenvolvimento da doença de Alzheimer em pessoas que sofrem ligeiros problemas de memória", disse Smith.

Para este cientista, a questão fundamental é saber se a Deterioração Cognitiva Ligeira é só o começo da doença de Alzheimer, ou seja, se é um processo contínuo e progressivo, como ele mesmo suspeita.

Font
e: Agencia EFE

Continue lendo >>

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Refluxo gastro-esofágico: reflexo de maus hábitos


Sensação de queimor no estômago, regurgitação e outros sintomas relacionados muitas vezes à gastrite, podem enganar o paciente sobre uma doença crônica, presente em cerca de 40% da população, conhecida por Doença do Refluxo Gastro-esofágico. Seu aparecimento, em geral, se dá através de hábitos alimentares incorretos, obesidade e ingestão de alimentos hipercalóricos.

Apesar de ser silenciosa, as complicações causadas pela Doença do Refluxo está intimamente ligada ao câncer de esôfago, além de outras inflamações na região, como sangramento gastrointestinal, anemia e perda de peso.

“Essa doença é caracterizada, principalmente, pelos sintomas ou alterações decorrentes do refluxo de secreções gástricas para o esôfago e órgãos contínuos, com uma elevada prevalência no ocidente”, afirma o médico gastroenterologista Roberto Andrade. Segundo ele, como muitas pessoas confundem essa doença com outras, apenas cerca de 20% dos pacientes procuram um médico. “A maioria se automedica com efervescentes e ácido acetilsalicílico (AAS), que podem causar gastrite”, diz.

De acordo com Andrade, os jovens são os mais sintomáticos, no entanto, é possível que, no decorrer da vida, não haja manifestação de nenhum sintoma. “A descoberta da doença pode vir aos 40, 50 anos, quando a pessoa já apresentar lesões esofágicas”, alerta o médico.

Endoscopia é o exame indicado


Como é uma doença que compromete a qualidade de vida do paciente, é importante, o quanto antes, a identificação dos sintomas para o tratamento do refluxo. No entanto, segundo o médico gastroenterologista Roberto Andrade, o tratamento não pode se basear apenas nos sintomas e a endoscopia, hoje, ainda é o melhor exame para o diagnóstico da Doença do Refluxo.

“O tratamento consiste numa série de atitudes, somadas a algum medicamento químico”, indica Andrade. Ele cita, principalmente, a mudança no estilo de vida, como evitar os alimentos hipercalóricos, evitar a ingestão de histamínicos e hipotensores - que relaxam a área de transição entre esôfago e estômago - alimentar-se até duas horas antes de dormir e inclinar a cama inteira, de 10 cm a 15 cm, para evitar o refluxo durante a noite.

“As cirurgias são indicadas para pacientes que não respondem ou não se adaptam ao tratamento, ou não podem tomar medicações. Mas elas representam apenas menos que 10% dos casos e, muito provavelmente, voltarão a ter o refluxo. Quem tem tendência a ter, terá a vida toda, mas pode controlar”, afirma o médico.

O que você deve evitar

Chocolate;

Bebidas cafeinadas e alcoólicas;

Menta;

Cítricos, tomates, vinagre;

Alimentos hipecalóricos e gordurosos;

Sobrepeso e obesidade;

Hérnia hiatal;

Tabagismo;

Alimentar-se antes de se deitar.

Fonte: Roberto Andrade e Folha de PE

Continue lendo >>

sábado, 29 de maio de 2010

Campanha da Mamografia Digital GRATUITA - Instituto Neo Mama

Até 30/06/2008 a Campanha da Mamografia Digital teve 14.561.241 visitas,tornando o site sobre câncer de mama (em português) mais acessado do Mundo.

Pioneirismo reconhecido e comentado pelas revistas: Isto É Gente (Edição: 280) e Veja (Edição: 1909).
Por isso convidamos você a conhecer mais detalhes desta Campanha, e quem sabe ajudar a divulgar e incentivar as empresas a apoiarem um projeto social inovador que, ao mesmo tempo divulga a empresa.
Os valores são irrisórios em relação ao custo x benefício oferecido.
Objetivos da Campanha:

O Papel da Sociedade Civil Organizada:
Texto do Consenso para o Controle do Câncer de Mama do INCA – Instituto Nacional de Câncer
“A Sociedade Civil tem como principais desafios mobilizar parcerias e integrar-se com serviços de saúde e com os projetos de responsabilidade social”.

Atualmente o Instituto Neo Mama já fornece a mamografia digital gratuitamente, para as mulheres com necessidades específicas, emergenciais. e que tenham a solicitação médica por escrito.
Um dos objetivos do Instituto Neo Mama com esta campanha, é conseguir ampliar o número de mamografias que são concedidas, permitindo que mais e mais mulheres tenham acesso à mamografia digital gratuita.





Continue lendo >>

domingo, 25 de abril de 2010

Mangue pede socorro


A presença imponente em alguns trechos do centro do Recife concede a impressão de que tudo está sob controle. Mas, não muito longe, o mangue pede socorro. Novas ocupações na beira do Rio Capibaribe, no bairro de Joana Bezerra, crescem a olhos vistos e, junto com outras ameaças, desmatam o que restou do manguezal na cidade. Um cenário local e global. A mais recente atualização da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, divulgada no início do mês, incluiu os manguezais pela primeira vez. É como se mais de uma em cada seis espécies pudesse desaparecer. Um saldo preocupante. Seria a perda de uma floresta menos falada, porém mais eficiente na purificação do ar e no controle da linha de costa (avanço do mar) do que a mata atlântica ou a amazônia.

O sinal vermelho foi dado pelas organizações não-governamentais IUCN e Conservação Internacional (CI), que conduziram os estudos para a atualização da lista. Nas análises, os maiores especialistas em manguezais no mundo consideraram que o perigo de extinção foi provocado, emparte, pelo desenfreado desenvolvimento urbano em regiões litorâneas e costeiras. Também foram citados como culpados o desmatamento originado pela agricultura, carcinicultura (cultivo de camarão) e outros fatores, como poluição das águas e aquecimento dos oceanos. A conclusão mostrou que as áreas mais afetadas mundialmente são as costas Atlântica e Pacífica da América Central, com 40% das espécies ameaçadas de extinção.

As espécies encontradas no Brasil e em Pernambuco, que abrigam respectivamente uma área de 25 mil quilômetros quadrados e 270 quilômetros quadrados, permanecem fora da lista vermelha. Ainda. "Estar na lista é muito ruim. Mas não está significa que há tempo para termos a responsabilidade de assegurar a integridade desse ecossistema", afirmou o biólogo Rodrigo Moura, da CI. Ele ressaltou que a situação mais crítica se encontra no Nordeste do país por ser uma região naturalmente com áreas menores de manguezais e que já sofreu muita pressão urbana e, em especial, da carcinicultura.

O biólogo e professor da Universidade de Pernambuco (UPE), Clemente Coelho Júnior, destacou que não é possível quantificar a área desmatada no estado por conta da carência de estudos. Mas alerta que é seguro estimar uma perda superior a 50% na Região Metropolitana do Recife (RMR). Uma vegetação, acrescentou, que fará falta nos serviços ambientais prestados pelo manguezal. "Além de ser berçário para uma infinidade de espécies comerciais, o mangue atua como filtro biológico, reduzindo as enchentes e controlando o avanço da linha de costa", destacou. O rápido potencial de crescimento da vegetação também faz do ecossistema um forte aliado no sequestro de carbono, tão falado em tempos de aquecimento global.

Projeto - Na última semana, a aprovação do projeto de lei nº 1496, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), provocou atos de protesto entre os ativistas ambientais e pescadores. As queixas foram motivadas pela autorização do desmatamento de 1.076 hectares, sendo 893,4 de mangue, 17,03 de mata atlântica e 166,06 de restinga. O total é semelhante à área de mil hectares de mangue. Apesar dos protestos, o procedimento é previsto em lei em caso de obras de utilidade pública ou interesse social, mediante decreto do governador. O projeto foi encaminhado pelo governador Eduardo Campos, mediante a compensação do desmate em outra localidade. Mas a necessidade de desmate e o replantio também são questionados pelos ambientalistas.

Fonte: Diario de PE

Continue lendo >>

sexta-feira, 5 de março de 2010

Saúde // Questão de Pele


As férias de verão chegam ao fim e a volta à rotina de quem aproveitou a estação mais quente do ano no litoral ou nas piscinas pode vir acompanhada das indesejáveis micoses. Essas doenças de pele, causadas por fungos que se proliferam facilmente com o calor e a alta umidade, não são malignas, mas podem apresentar sintomas incômodos e problemas estéticos, como manchas, irritações e descamações, que atingem do couro cabeludo aos dedos do pé.

Os fungos estão presentes naturalmente no meio ambiente, no ser humano e nos animais. A virilha, as axilas e as dobrinhas dos dedos são as partes do corpo preferidas desses micro-organismos, que provocam bolhas, coceira intensa e mudança na coloração da pele. A dermatologista Grace Caldas explica que a areia da praia e as piscinas são locais de grande incidência de fungos. Mas algumas micoses podem surgir sem que a pessoa tenha passado por áreas consideradas mais arriscadas. No verão, a micose na virilha é recorrente. A umidade contínua, o calor e o uso de roupas abafadas, como calças jeans, são suficientes para desencadeá-la. "Surge, então, a manifestação: uma vermelhidão, que pode vir seguida de coceira ou não. Muitos pacientes confundem essa micose com assadura ou alergia", esclarece.

O fotógrafo Wallace Torres*, 40 anos, conta que notou uma mancha vermelha na virilha. "Não coçava. Por isso, o desconforto era somente estético. Não imaginei que pudesse ser um fungo, porque não tinha estado em praias ou piscinas. Usei sabonete neutro achando que remediaria o mal. Mas, para a minha surpresa, a mancha aumentou cerca de um palmo para cada lado da virilha", conta. O diagnóstico de micose foi feito por uma dermatologista e Wallace se tratou durante um mês com medicação oral e tópica. "Fui orientado a prosseguir com o tratamento até o fim para que os fungos fossem totalmente exterminados. Deu certo. Da micose, ficou apenas a lembrança", diz.

Contágio - Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica no Distrito Federal, Erasmo Tokarski, o maior erro das vítimas do problema é a automedicação. "Assim como utilizar sabonetes e loções aparentemente inofensivos, usar medicamento indicado a amigos acometidos por doença similar pode agravar ainda mais a situação. O paciente deve procurar um especialista o mais rápido possível", alerta o dermatologista.

Segundo o médico, a micose de unha é a mais difícil de tratar. "Ela também é adquirida em salões de beleza devido à falta de esterilização do material usado por manicures e pedicures. O tratamento é diário, feito com medicação tópica e oral e pode durar mais de oito meses. O paciente precisa ser persistente na terapia", afirma. Para não correr riscos, a dona de casa Georgete Pantazis, 70 anos, não abre mão de fazer as unhas em um salão que conta com sistema de esterilização de alicates e espátulas. "Nunca tive micose, mas conheço casos de pessoas que sofreram para se livrar da doença. Como faço as mãos duas vezes por semana, não dispenso esse cuidado. É a minha saúde que está em jogo", diz.

A designer de unhas Marciany Nascimento explica que, para garantir o bem-estar das clientes, o material deve ser lavado com água e sabão, lacrado e esterilizado. "No salão, usamos a autoclave. A máquina trabalha a uma temperatura de 260°, funciona a vapor e fica travada por uma hora para a esterilização. Lixas, palitos e toalhinhas são descartáveis e não usamos mais bacias. As mãos são envolvidas em luvas e os pés em meias de plástico que já vêm com hidratante para amolecer a cutícula", explica.

Outros vilões - Mas as micoses não são as únicas vilãs da pele no verão. Uma doença comum, conhecida como bicho geográfico, também pode provocar grande desconforto por conta da coceira intensa e vermelhidão. A dermatose é causada por uma larva encontrada nas fezes de cães. "Ela penetra, geralmente, no pé ou no bumbum do indivíduo, locais de maior contato com a areia e a terra. A partir daí, a larva vai caminhando pelo corpo e formando algo parecido com um mapa, por isso é conhecida também como bicho geográfico", detalha a dermatologista Grace Caldas. O tratamento envolve medicação oral e pomada específica, mas dependendo da área acometida, também são indicados anti-histamínico e anti-inflamatório.

A miliária, conhecida popularmente como brotoeja, e a urticária solar também atormentam crianças e pessoas com pele sensível em tempos de muito calor e umidade. "O aumento do suor e o uso inadequado de cremes e loções em peles frágeis provocam brotoejas rosadas cheias de líquido que surgem nas dobrinhas do pescoço, braços e pernas. Já a urticária surge depois de dois ou três dias de exposição solar, coça muito e forma placas em todo o corpo", ilustra a especialista.

Se o calor é intenso, sucos, picolés e a brasileiríssima caipirinha são sempre bem vindos. No entanto, todo cuidado é pouco com as frutas cítricas, como a laranja, o abacaxi e o próprio limão. Um descuido pode causar queimaduras graves e manchas escuras na pele caso, depois de ter contato com essas frutas, a pessoa se exponha ao sol. "Todo cuidado é pouco com os melasmas também. Eles são sinais decorrentes da exposição solar principalmente por gestantes ou mulheres que tomam anticoncepcional. A predisposição genética facilita o aparecimento dessas manchas, que são tratadas com fórmulas clareadoreas que devem ser indicadas apenas pelo dermatologista", orienta Tokarski.

* Nome fictício a pedido do entrevistado

Tipos mais comuns

Tinea do corpo (impingem) - lesões arredondadas que coçam e se abrem em anel de borda avermelhada e descamativa
Tinea de cabeça - áreas arredondadas com falhas nos cabelos, rentes ao couro cabeludo. É uma micose muito contagiosa
Tinea dos pés - descamação e coceira na planta dos pés, que sobem pelas laterais para a pela mais fina
Tinea interdigital (frieira) - descamação, fissura e coceira entre os dedos. É muito comum acometer pessoas que usam calçados fechados com frequência. Mas pode ocorrer nas mãos daqueles que trabalham constantemente com água e sabão
Tinea inguinal (micose de virilha) - áreas avermelhadas e descamativas com bordas limitadas, que se expandem para as coxas e nádegas, acompanhadas de muita coceira
Micose de unha (onimicose) - pode se apresentar como deslocamento da borda livre da unha, espessamento, manchas brancas ou escuras na superfície, além de deformação. São as mais difícieis de curar
Intertrigo candidiásico - micose causada pelo fungo Candida Albicans. Provoca vermelhidão, pontos em alto relevo ao redor da região mais afetada e muita coceira
Tinea negra - manchas escuras nas palmas das mãos e dos pés. Não causam coceiras ou descamações

Como evitar

Enxugar-se muito bem após o banho, principalmente nas dobras de pele, como axilas e virilhas, e entre os dedos dos pés
Evitar ficar com sungas, biquínis ou maiôs molhados por muito tempo
Evitar o contato prolongado com água e sabão
Não compartilhar objetos pessoais (roupas, calçados, pentes, toalhas, bonés)
Não andar descalço em pisos úmidos
Evitar mexer com a terra sem usar luvas
Usar somente o seu material de manicure
Evitar usar calçados fechados prolongadamente
Dar preferência a roupas frescas e de algodão
Evitar os tecidos sintéticos, principalmente nas roupas de baixo

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

Fonte: Diario de Pernambuco

Continue lendo >>