sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Cientistas criam mapa genético para a vida sintética

WASHINGTON (Reuters), 24 de janeiro - Pesquisadores montaram todo o genoma de um organismo vivo - uma bactéria - na esperança de que tenham dado um passo importante na direção de criar a vida artificial.

A "Mycoplasma genitalium" tem o menor genoma conhecido de um organismo autêntico, com 485 genes funcionais. Os vírus são menores, mas não são considerados completamente vivos porque não têm capacidade de reprodução por conta própria.

Há anos a equipe do Instituto J. Craig Venter, entidade não-lucrativa de Maryland, trabalhava para criar uma "M. genitalium" do nada.

"Consideramos que este é o segundo passo significativo de um processo de três passos nas nossas tentativas de fazer o primeiro organismo sintético", disse Craig Venter, fundador do instituto, em entrevista coletiva por telefone. "Todo este processo começou com quatro frascos de substâncias químicas."

A "M. genitalium" tem uma estrutura bastante simples. Todo seu DNA fica num único cromossomo (cromossomos são as estruturas que contêm o material genético, e o código inteiro se chama genoma). É necessário um outro material genético, chamado RNA, para converter este mapa genético em algo que uma célula possa usar para funcionar.

Em artigo na revista Science, a equipe disse que inicialmente usou a bactéria "E. coli" e células de levedura para copiar partes do DNA e montá-las em um cromossomo artificial.

Em seguida, relatam os pesquisadores, eles quiseram inserir este cromossomo artificial em uma célula e ver se era possível que esse cromossomo sintético "ligasse" a célula.

Eles começaram construindo quimicamente os fragmentos do DNA em laboratório. O primeiro passo era produzir os quatro tipos de "tijolos" do DNA - adenina, guanina, cistosina e tiamina, ou seja, as letras A, G, C e T do código genético.

No caso da "M. genitalium", que provoca uma infecção sexualmente transmissível em homens e mulheres, essas quatro letras se repetem aos pares 580 mil vezes.

Não é possível construir uma sequência tão longa de DNA, porque ele é muito quebradiço, então a sequência foi dividida em partes chamadas "cassetes". Parte do trabalho foi encomendada a outro laboratório, especializado em construir fragmentos circulares de DNA, chamado plasmídeos.

Venter disse que o cromossomo fora desativado para que não conseguisse sobreviver fora do laboratório, de modo que não pudesse acidentalmente ocupar outro organismo. O projeto também foi submetido a uma comissão de ética da Universidade da Pensilvânia.

A esperança de Venter é no futuro construir microorganismos sintéticos que possam ser usados para produzir biocombustíveis, limpar lixo tóxico e absorver o excesso de dióxido de carbono da atmosfera.

Por Maggie Fox

Fonte:
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Pesquisadores ‘caçam’ raios no céu de Belém

MANAUS (Agência Brasil), 24 de janeiro - Uma missão inédita na Amazônia colocou na quarta-feira (23) mais de 30 pesquisadores para "caçar" raios no céu de Belém (PA). Trata-se do primeiro experimento de raios induzidos na Amazônia e o trabalho deverá durar 30 dias.

O projeto científico é realizado por 11 instituições nacionais, incluindo as universidades federais do Pará (UFPA) e de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), o Comando da Aeronáutica, o governo do Pará e a estatal Eletronorte.


Os resultados do trabalho dos pesquisadores contribuirão para o estudo das mudanças climáticas, a melhoria das condições de segurança das linhas de transmissão telefônica e de eletricidade, e ainda para o aperfeiçoamento dos avisos de tempestades e de descargas elétricas para a Defesa Civil na Amazônia.


Uma das coordenadoras do projeto, Brígida Rocha, da UFPA, explicou que a Amazônia concentra um alto índice de raios e que o período escolhido tem a ver com a incidência das chuvas na região, maior nesta época do ano.

"Estamos no período das chuvas, que traz uma probabilidade maior de incidência de raios. Isso facilita nosso trabalho, apesar dos inconvenientes de se trabalhar sob a chuva", disse.


Os cientistas usarão foguetes que serão lançados em direção às nuvens e funcionarão como se fossem pára-raios. Cada foguete ajudará a captar, de forma controlada, as descargas atmosféricas que posteriormente serão analisadas pelos pesquisadores.


"O experimento vai beneficiar toda a população, uma vez que, melhorando a proteção, o sistema de distribuição e de transmissão dos sistemas elétricos e telefônicos, automaticamente se melhorar a qualidade da energia, com redução das horas de interrupção, por exemplo", informou a coordenadora.


Brígida Rocha destacou ainda que a pesquisa "vai garantir mais segurança para os trabalhadores expostos às tempestades na hora de fazerem manutenção em redes, em antenas e torres".


Amanda Mota

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