segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Refluxo gastro-esofágico: reflexo de maus hábitos


Sensação de queimor no estômago, regurgitação e outros sintomas relacionados muitas vezes à gastrite, podem enganar o paciente sobre uma doença crônica, presente em cerca de 40% da população, conhecida por Doença do Refluxo Gastro-esofágico. Seu aparecimento, em geral, se dá através de hábitos alimentares incorretos, obesidade e ingestão de alimentos hipercalóricos.

Apesar de ser silenciosa, as complicações causadas pela Doença do Refluxo está intimamente ligada ao câncer de esôfago, além de outras inflamações na região, como sangramento gastrointestinal, anemia e perda de peso.

“Essa doença é caracterizada, principalmente, pelos sintomas ou alterações decorrentes do refluxo de secreções gástricas para o esôfago e órgãos contínuos, com uma elevada prevalência no ocidente”, afirma o médico gastroenterologista Roberto Andrade. Segundo ele, como muitas pessoas confundem essa doença com outras, apenas cerca de 20% dos pacientes procuram um médico. “A maioria se automedica com efervescentes e ácido acetilsalicílico (AAS), que podem causar gastrite”, diz.

De acordo com Andrade, os jovens são os mais sintomáticos, no entanto, é possível que, no decorrer da vida, não haja manifestação de nenhum sintoma. “A descoberta da doença pode vir aos 40, 50 anos, quando a pessoa já apresentar lesões esofágicas”, alerta o médico.

Endoscopia é o exame indicado


Como é uma doença que compromete a qualidade de vida do paciente, é importante, o quanto antes, a identificação dos sintomas para o tratamento do refluxo. No entanto, segundo o médico gastroenterologista Roberto Andrade, o tratamento não pode se basear apenas nos sintomas e a endoscopia, hoje, ainda é o melhor exame para o diagnóstico da Doença do Refluxo.

“O tratamento consiste numa série de atitudes, somadas a algum medicamento químico”, indica Andrade. Ele cita, principalmente, a mudança no estilo de vida, como evitar os alimentos hipercalóricos, evitar a ingestão de histamínicos e hipotensores - que relaxam a área de transição entre esôfago e estômago - alimentar-se até duas horas antes de dormir e inclinar a cama inteira, de 10 cm a 15 cm, para evitar o refluxo durante a noite.

“As cirurgias são indicadas para pacientes que não respondem ou não se adaptam ao tratamento, ou não podem tomar medicações. Mas elas representam apenas menos que 10% dos casos e, muito provavelmente, voltarão a ter o refluxo. Quem tem tendência a ter, terá a vida toda, mas pode controlar”, afirma o médico.

O que você deve evitar

Chocolate;

Bebidas cafeinadas e alcoólicas;

Menta;

Cítricos, tomates, vinagre;

Alimentos hipecalóricos e gordurosos;

Sobrepeso e obesidade;

Hérnia hiatal;

Tabagismo;

Alimentar-se antes de se deitar.

Fonte: Roberto Andrade e Folha de PE

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