quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Células-tronco mobiliza cinco grupos no Brasil


SÃO PAULO (AE) - Pelo menos cinco grupos de pesquisa brasileiros estão desenvolvendo projetos com células-tronco de pluripotência induzida (iPS) - idênticas às células-tronco embrionárias, mas que não são extraídas de embriões. O primeiro a divulgar seus resultados foi o grupo liderado pelos cientistas Stevens Rehen, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB-UFRJ), e Martin Bonamino, da Divisão de Medicina Experimental do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A equipe, segundo Rehen, estabeleceu uma linhagem de células iPS humanas no fim de novembro. Após confirmação de que elas eram, de fato, células pluripotentes (com capacidade para formar qualquer tecido do organismo), os resultados foram noticiados com exclusividade pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, no sábado (24).

Ontem, uma equipe do Hemocentro da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo anunciou ter derivado uma linhagem de células iPS humanas também em novembro. “Estávamos aguardando para divulgar o trabalho porque queríamos, antes, fazer a publicação em uma revista científica”, disse o médico Dimas Tadeu Covas, diretor da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, que supervisiona a pesquisa.

As duas linhagens foram produzidas pela mesma técnica: a reprogramação genética de células adultas via introdução de genes que, tipicamente, só são expressos em células embrionárias. Os genes funcionam como um software genético, que reformata as células de volta ao seu estado pluripotente, como se fossem células de um embrião.

Mas há algumas diferenças: enquanto a equipe carioca usou quatro genes para fazer a reprogramação, a equipe paulista usou seis (três em comum). No Rio, o vetor usado para introduzir os genes nas células foi um retrovírus, enquanto que em Ribeirão Preto utilizou-se um lentivírus. As células usadas na reprogramação foram de rim e da pele, respectivamente.

Outras pesquisas estão sendo feitas no Instituto de Biociências da USP, em São Paulo, no Instituto do Coração (Incor) e no Instituto Nacional de Cardiologia (INC) do Rio e da Fiocruz do Paraná.


Fonte: Folha PE

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