sábado, 13 de outubro de 2007

Descoberto na Síria muro com pintura mais antiga do mundo


DAMASCO, Síria (Reuters), 11 de outubro - Arqueólogos franceses desenterraram no norte da Síria um muro de 11 mil anos pintado em vermelho, preto e branco, um artefato que, segundo disseram, é o mais antigo do mundo desse tipo, apesar de se parecer com uma obra de arte moderna.

A pintura de 2 metros quadrados foi encontrada debaixo de uma camada de terra em um sítio arqueológico do Neolítico, em Djade al-Mughara, à margem do rio Eufrates (a nordeste da cidade de Aleppo), afirmou à Reuters o chefe da missão, Eric Coqueugniot.

"A aparência lembra a de pinturas modernistas. Alguns acharam semelhança com o trabalho de Klee. Por meio da datação por carbono, descobrimos que é de cerca de 9.000 a.C.", disse Coqueugniot.

Coqueugniot referia-se ao pintor suíço-alemão Paul Klee, que teve ligações com a escola Bauhaus e foi um representante de peso do movimento modernista na Alemanha.

"Encontramos uma outra pintura perto dela. Mas essa só será retirada no próximo ano. Esse é um trabalho demorado", afirmou o arqueólogo, que trabalha no Centro Nacional de Pesquisas Científicas, um órgão da França.

Os retângulos dominam a pintura milenar, que fazia parte de um muro de adobe circular presente em uma grande casa com teto de madeira. As escavações na área começaram no início dos anos 1990.

A imagem foi restaurada e será levada ao museu de Aleppo em 2008, disse Coqueugniot.

A pintura em muro tida antes como a mais antiga do mundo havia sido encontrada na Turquia. Essa, no entanto, foi realizada 1.500 anos depois daquela de Djade al-Mughara, segundo a revista Science.

Os moradores de Djade al-Mughara viviam da caça e da ingestão de plantas selvagens. Pareciam fisicamente com o homem dos dias modernos, mas não conheciam a agricultura e nem a criação de animais, disse o arqueólogo.

"Havia um motivo para que uma pintura desse tipo fosse feita em uma casa que parecia ser comunitária. Mas não sabemos qual é esse motivo. O vilarejo acabou sendo abandonado e a casa, preenchida com lama", contou.

"Esse local parece ser um dos muitos ocupados por vilarejos neolíticos na área em que hoje estão a Síria e o sul da Turquia. Esses vilarejos parecem ter mantido ligações uns com os outros e realizado trocas pacíficas", disse Coqueugniot.

Por Khaled Yacoub Oweis

Fonte:Click21

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