sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Estudo sugere que há vida no solo de Marte

LONDRES (Reuters), 24 de agosto - O solo marciano pode conter vida microbiana, segundo uma nova interpretação de dados coletados há mais de 30 anos.
A busca por vida em Marte parecia ter atingido um beco sem saída em 1976, quando as sondas Viking pousaram no planeta, mas não detectaram sinais de atividade biológica.
Mas Joop Houtkooper, da Universidade de Giessen, Alemanha, disse nesta sexta-feira que a sonda na verdade pode ter achado sinais de uma estranha forma de vida, baseada no peróxido de hidrogênio, no solo árido e congelado de Marte.
A análise feita por ele de um dos experimentos da missão Viking sugere que 0,1% do solo marciano pode ser de origem biológica. Isso é equivalente aos níveis de biomassa achados em parte do permafrost (terra congelada) na Antártida, onde vivem vários tipos de bactérias e líquens adaptados a condições extremas.
"É interessante, porque uma parte em mil não é uma quantidade tão pequena", disse Houtkooper por telefone. "Teremos de encontrar muitas evidências confirmatórias e ver que tipo de micróbios são esses e se eles têm parentesco com os micróbios terrestres. É uma possibilidade que a vida tenha sido transportada da Terra para Marte ou vice-versa muito tempo atrás."
As especulações sobre essa "semeadura interplanetária" foram alimentadas há uma década, quando pesquisadores disseram que um antigo meteorito achado na Antártida continha evidências de vida fóssil em Marte. Desde então, aquela descoberta foi posta em dúvida.
Houtkooper está apresentando sua pesquisa no Congresso Europeu de Ciência Planetária, em Potsdam, Alemanha.
Por Ben Hirschler

Fonte:Click21

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Fóssil com 10 milhões de anos pode mudar história do homem

LONDRES (Reuters), 22 de agosto - Pesquisadores que trabalham na Etiópia desencavaram os fósseis de um macaco de 10 milhões de anos, o que segundo eles sugere que os humanos e os grandes símios africanos podem ter se separado evolutivamente muito antes do que se pensava.
A equipe nipo-etíope batizou a espécie de "Chororapithecus abyssinicus" e disse que se trata do primata conhecido mais antigo com parentesco direto com os modernos gorilas, chimpanzés e bonobos."O registro fóssil humano remonta a 6 e 7 milhões de anos, mas não sabemos nada sobre como a linhagem humana realmente emergiu dos macacos", disseram os pesquisadores em nota nesta quarta-feira acompanhando a publicação do seu estudo na revista Nature.
"O Chororapithecus nos dá a primeira visão dos precursores do lado símio até as origens da história humana", disseram.
Os fósseis foram achados em um terreno íngreme, cerca de 170 quilômetros a leste de Adis Abeba, a capital etíope.
A equipe achou um dente canino e oito molares, e concluiu que estes eram de um grande símio, já que compartilhavam características dos modernos gorilas quanto ao consumo de alimentos fibrosos, como caules e folhas.
Eles concluíram que o Chororapithecus era uma forma primitiva de gorila ou um ramo independente mostrando uma adaptação similar mais ou menos ao mesmo tempo em que uma linha de gorilas surgia em outros lugares.
"Se não é um parente do gorila, é algo muito similar a como deveria ser um dos primeiros gorilas", disse Gen Suwa, da Universidade de Tóquio e participante da equipe.
Peter Andrews, paleontólogo do Museu Britânico de História Natural e especialista nas origens humanas, disse que a descoberta é de fato importante, mas questiona se realmente se trata de uma espécie ancestral dos gorilas, o que antecipa o momento da divisão entre homens e macacos.
"É forçar a evidência basear uma escala temporal da evolução dos grandes símios neste novo fóssil", disse Andrews por telefone.
Alguns cientistas também especulam que a linhagem evolutiva que deu origem a gorilas, chimpanzés e humanos veio da Eurásia para a África.
Mas os pesquisadores dizem que suas descobertas ajudam a provar que a África foi o local de origem tanto dos humanos quanto dos modernos macacos africanos, e que os gorilas teriam se diferenciado de um ancestral comum com humanos e chimpanzés muito antes de 7 a 8 milhões de anos atrás, a data normalmente estimada.
"O Chororapithecus indica que uma reconsideração desta presunção é necessária", disseram os pesquisadores. "Na verdade, se a linha do orangotango estava presente na África antes da primeira migração de macacos do Mioceno (cerca de 23-25 milhões de anos atrás) da África para a Eurásia, então a divergência humanos-orangotangos pode facilmente ter até 20 milhões de anos."
Por Michael Kahn

Fonte:Click21

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sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Aviões contribuem mais para efeito estufa do que se imagina

OSLO, Noruega (Reuters), 15 de agosto - O setor aéreo pode estar prejudicando o meio ambiente mais do que se imagina porque as aeronaves não apenas liberam dióxido de carbono como produzem outros gases que esquentam a Terra, afirmaram especialistas.Um acampamento montado por cerca de 250 manifestantes perto do aeroporto Heathrow, em Londres, nesta semana, chama atenção para os planos de incluir a aviação em um pacto global de combate ao aquecimento. Mas os aviões estão entre as fontes de emissão de gases menos conhecidas."O crescimento do setor continuará. Mas é complicado fazer estimativas a respeito do efeito da aviação sobre o clima", afirmou Ivar Isaksen, professor da Universidade Oslo e especialista no impacto do setor sobre o meio ambiente.Segundo Isaksen, os efeitos da aviação vão além da emissão de dióxido de carbono, o principal dos gases do efeito estufa. Esse gás é o fator para o qual muitos governos olham ao analisarem o problema.O setor aéreo responde por cerca de 2% das emissões de dióxido de carbono do mundo. A estimativa de que o número de passageiros aumente 5 por cento ao ano aponta para o fato de que as emissões superarão os ganhos obtidos com o uso de combustíveis mais eficientes ou com melhorias nos aparelhos, afirmam estudos da Organização das Nações Unidas (ONU).O impacto dos aviões sobre o clima pode ser ampliado por vários fatores, entre os quais a emissão de óxidos de nitrogênio, que também impedem a dispersão do calor e cujo impacto é mais nocivo em grandes altitudes.Um relatório da ONU de 1999, por exemplo, calculou que o impacto da aviação sobre o clima era de duas a quatro vezes maior do que o mero impacto das emissões de dióxido de carbono ocorridas na queima do combustível para as turbinas."Os cientistas não conhecem muito bem esse assunto", afirmou Sarah Brown, porta-voz da CarbonNeutral, uma empresa que permite aos viajantes investirem em projetos de energia renovável para compensar pelas emissões advindas do setor aéreo.A Atmosfair, da Alemanha, estuda fatores como a emissão de óxido de nitrogênio pelos aviões."Estamos tentando fazer uma estimativa sobre o efeito global", afirmou Robert Muller, da Atmosfair. Segundo Muller, empresas como a British Airways e a SAS, da Escandinávia, trabalham com empresas que fazem estimativas baixas ao oferecerem a seus clientes esquemas de compensação ambiental.Em uma viagem de ida de Sydney a Londres, por exemplo, cada passageiro, segundo estimativa da CarbonNeutral, seria responsável por 1,9 tonelada de gases do efeito estufa, um montante que custaria 20,95 euros (28,46 dólares) para compensar.A mesma rota produz, segundo os cálculos da Atmosfair, 6,4 toneladas e um custo de 130 euros para ser compensado.Em Heathrow, cerca de 250 manifestantes montaram acampamento na área reservada para a construção de uma terceira pista nesse aeroporto internacional, o mais movimentado do mundo.Um número cada vez maior de pessoas utiliza-se dos aviões, e isso, em parte, porque as companhias aéreas reduziram o preço das passagens apesar do alto custo dos combustíveis.
Por Alister Doyle

Fonte:Click21

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sábado, 11 de agosto de 2007

Fósseis de ancestrais do homem mostram fêmeas menores que machos

NAIRÓBI, Quênia (Reuters), 9 de agosto - O "Homo erectus", considerado há muito tempo um elo evolucionário crucial entre o homem moderno e os três ancestrais dele que ainda moravam em árvores, pode ser mais parecido com os macacos do que se pensava, disseram nesta quinta-feira cientistas que revelaram a descoberta de novos fósseis.
Apresentando um crânio antigo e um osso de mandíbula pertencentes a dois ramos primitivos da família hominídea, o "Homo erectus" e o "Homo habilis", uma equipe de cientistas do Quênia afirmou ter ficado surpresa com a descoberta de que as fêmeas dos antigos hominídeos eram bastante menores do que os machos.
Esse crânio é o primeiro encontrado de uma fêmea do "Homo erectus".
E sugere que os ancestrais diretos da humanidade podem ter sido psicologicamente mais parecidos do que se supunha com os gorilas e chimpanzés, os quais também apresentam grandes diferenças de tamanho entre os machos e as fêmeas.
"Antes da descoberta dos novos espécimes, os cientistas não sabiam que os machos do 'Homo erectus' eram tão maiores do que as fêmeas", afirmou Emma Mbua, membro da equipe de pesquisadores.
"Considera-se esse dimorfismo sexual um caráter primitivo porque ocorre em outros macacos de grande porte", afirmou, em pé na frente dos ossos depositados no Museu Nacional do Quênia.
Segundo Mbua, essa característica poderia significar que o comportamento sexual do "Homo erectus" parecia-se mais com o dos macacos, cujos indivíduos, especialmente os machos, copulam com vários parceiros, algumas vezes dentro de um período de poucas horas. Os hominídeos subseqüentes mostravam-se mais monogâmicos.
Os fósseis, descobertos no leste do vale Rift (África), região considerada o "berço da humanidade", questiona a tese de que os protótipos dos seres humanos evoluíram um depois do outro, de forma linear, indo do "Homo habilis" até o "Homo erectus" e terminando no homem moderno.
A descoberta recente, ocorrida em 2000, mostra que o "Homo erectus" e o "Homo habilis" devem ter coexistido, explorando hábitats diferentes durante um mesmo período, acrescentaram os cientistas.
"Seria possível dizer que eles eram mais ou menos como irmãs", afirmou Frederick Manthi, o cientista que encontrou os fósseis. "O 'Homo habilis' não deu origem ao 'Homo erectus'. Essa descoberta conta uma história totalmente diferente."
A pesquisa, publicada na revista Nature, contou com a participação de nove cientistas.
Os pesquisadores acreditam que tanto o "Homo erectus" como o "Homo habilis" devem ter evoluído de um ancestral comum, cerca de 2 milhões a 3 milhões de anos atrás.
No entanto, a linha evolucionária básica - segundo a qual todos os seres humanos vieram "da África" após terem evoluído dos macacos, no vale Rift, cerca de 5 milhões de anos atrás - continua inalterada e pode mesmo ter ganhado mais força, disseram os cientistas.
"Quanto mais fósseis encontramos no Quênia, mais se justifica a tese de que o leste da África é o berço da humanidade", disse Manthi.

Por Tim Cocks

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sábado, 4 de agosto de 2007

Sonda começa viagem que vai investigar água em Marte

CABO CANAVERAL (Reuters), 4 de agosto - Um foguete Delta não-tripulado foi lançado da Estação da Força Aérea em Cabo Canaveral neste sábado levando uma sonda científica que irá investigar água em Marte.A sonda Phoenix, que decolou na manhã deste sábado, deve chegar à região polar no norte de Marte no dia 25 de maio."É uma linda manhã para ir a Marte", afirmou o gerente de projeto do Phoenix, Barry Goldstein, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, Califórnia, num breve comentário transmitido pela TV pouco depois do lançamento.Chegando a Marte, a Phoenix vai usar um escudo contra calor, pára-quedas e foguetes para descer delicadamente no solo congelado, que pode cobrir uma grossa camada de águas gélidas. O braço robótico da sonda tem cerca de 2,3 metros de comprimento, e é equipado com uma broca e outros instrumentos para perfurar o solo e coletar amostras para análise.O trabalho será feito no corpo da espaçonave. O laboratório da Phoenix inclui oito fornos para assar as amostras, de modo que um dispositivo possa detectar gases vaporizados.O experimento deve dizer aos cientistas muitas coisas sobre a água de Marte, incluindo se ela já foi líquida ou se contém moléculas orgânicas. Ambas condições aumentariam substancialmente as chances de que Marte seria adequado para o desenvolvimento de formas de vida.Diferentemente das missões Viking em meados dos anos 1970, o objetivo da Phoenix não é procurar vida, mas sim descobrir se há em Marte condições para o surgimento de vida microbiana.


Por Irene Klotz

Fonte:Click21

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